Seja Bem-Vindo

A CADA DIA UM NOVO CAPÍTULO!

Esta é uma obra fechada, escrita no ano de 2004, aos meus 17 anos, e vai até o capítulo 95. Eles serão disponibilizados aos poucos.
Aos leitores que já estavam no capítulo 51, peço paciência. Em breve o romance estará totalmente disponível.

Capítulo 10 - Dona Mocinha

A Silvana é uma pervertida! Ela tira a paz da rua fazendo dela um verdadeiro cabaré. Realmente ela é uma moça bonita, ruiva, com ares de inocente. Inocente... Ela não conhece essa palavra.
Desde que sua mãe morreu, a minha comadre Francisca, essa menina ficou de pernas pro ar, ela devia ter por volta de uns onze anos. Agora, com vinte e um anos, já é uma moça que só faz envergonhar o pai.
Acreditem. Uma noite, o valente policial Teófilo, pai da vagab... Pai da Silvana, a encontrou deitada com um homem em sua própria cama. O sem-vergonha sumiu do mapa, muitos dizem que o Teófilo o matou, e a desgraçada levou uma baita de uma surra. Ahahah... Bem feito!
Como eu sei de tudo isso? Eu sou dona Mocinha. Nunca ouviu falar de mim? Pois bem. Vou fazer uma rápida apresentação até porque você deve estar mais interessado em saber qual o motivo de eu invadir essa história.
Eu sou a vizinha do Seu Joaquim, pai da incerta Rosa. Nunca me casei e não beijei homem nenhum, queria mesmo ser freira, mas acabei fincando minhas raízes aqui mesmo na Rua do Sossego, que agora mais parece a Rua do Cabaré. Sem nada para fazer, passo meu tempo escondida atrás da cortina da minha janela. Não sou fofoqueira! Apenas zelo pelo bem-estar da minha rua.
Se vejo algo errado conto a todos, só assim tomam alguma providência. Mas não foi pra falar de mim que o escrevedor dessa história me convidou. É que um dia, eu vi a Rosa indo conversar com a Silvana, o que Seu Joaquim já havia proibido.
A casa do policial Teófilo fica em frente a do Seu Joaquim. Vendo o crime que a sua filha iria cometer tratei logo de pegar o meu banquinho de madeira para então sentar do outro lado da rua, onde fiquei tricotando e escutando a conversa das duas.
A Silvana estava debruçada na janela, onde marcava encontros com os rapazes do distrito na ausência do pai, é claro. Mas dessa vez quem estava com ela era a Rosa. Em frente a sua casa, do outro lado da rua, estava o seu irmão Manuel consertando uma bicicleta. Vamos então, e finalmente, recordar o que aconteceu naquele dia.
- Na verdade ele estava era com vergonha de mim, Silvana... dizia Rosa... Eu lá tenho culpa se o povo da cidade gosta de inventar sobre minha vida.
- Eu acho que o Manuel está é com ciúme de você.
- Ciúme? Acho que não. Seria até natural um irmão ter ciúme da irmã, mas no caso dele ta mais é pra vergonha.
- E quem é que está falando em ciúmes de irmão, filha de Deus? - a piranha colocava malícia na mente da outra que apesar de tudo ainda não era que nem a amiga - Não é o próprio Manuel que faz questão de te dizer que vocês não são irmãos?
- Onde é que você ta querendo chegar, Silvana?
- O Manuel só pode estar enrabichado por você.
- Por mim?
Deixei a agulha cair com tamanho choque. Nunca imaginei do que aquela sem-vergonha fosse capaz. Quando o Seu Joaquim ficar sabendo... Não. Eu não vou contar nada.
- Sim, é da senhorita mesma que o Manuel gosta. Ele não lhe vê como irmã, o que na verdade vocês não são mesmo.
- É... Mas o que isso tem a ver?
- Você não é irmã de sangue do Manuel, Rosa.
- Isso eu sei. Silvana... Você não está insinuando que eu devo dar uma chance para ele, não é?
- O que é que tem? Lembra que eu já namorei um primo meu?
- Primo é primo, irmão é irmão, bastardo ou não! E além do mais ele é muito novinho, tem só dezesseis anos e eu já tenho vinte e três.
- Diferença de apenas sete anos. Não vale dizer que você não acha ele bonito.
- Bonito ele é.
- Aposto que ele ainda é virgem. - insinuou a outra.
Eu estava horrorizada. Carreguei o meu banquinho e voltei para casa. Não fica bem uma senhora de sessenta e cinco anos que nunca foi de homem nenhum ouvir aquelas sem-vergonhices! Se o Teófilo sabe disso nem sei do que ele é capaz, por isso é bom ele nem imaginar. Já o Seu Joaquim... Se souber não será pela minha boca, isso eu garanto!



2 comentários:

  1. Eita que mulher fofoqueira, parece algumas pessoas que conheço. Enrabichado foi ótimo, rsrsrsrsrs,há muito tempo não ouço isso,rssrrsrs. Ficarei esperando o capótulo 11. Abraços Romisson.

    www.laerte-lopes.blogspot.com

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  2. Essa DOna Mocinha ainda vai aprontar viu...

    A história tá cheia de palavras e expressões
    que aos poucos estão se perdendo no tempo.
    Uma pena.

    Indico: www.laerte-lopes.blogspot.com

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