O tempo não deu conta de apagar o passado e desde então Rosa passou a ser mal-falada na cidade. Isso também se deve a proeza do seu antigo amante que no velório do finado, entre as mangueiras da chácara, espalhava a tarde de amor que tivera com a noiva do falecido.
Por onde ela anda ainda desperta atração nos homens e ao mesmo tempo um pouco de repúdio. Quem iria querer ficar com uma dama e ter como o fim de um romance a morte?
Quando a Rosa passou em frente à Escola Doutor Inocêncio Góes conseguiu me avistar do outro lado da rua conversando com um colega, o Leonardo.
- Manuel! Manuel! Aqui, Manuel!
Eu procurava de onde vinha aquela voz insistente. Quando percebi que era a Rosa me enchi de vergonha.
- Manuel, aquela não é a tua irmã? - perguntou-me Leonardo.
- Não, Leonardo. Ela não é minha irmã. Esqueceu que ela é uma bastarda? Não tenho nada em comum com a Rosa nem mesmo o sangue.
Eu fazia questão de esclarecer a todos que a Rosa não era minha irmã. Os motivos para isso? Não sei. No início eu achava que ela estava tomando os meus pais de mim, mas agora estou um pouco confuso. Também ainda sou um adolescente, tenho apenas dezesseis anos. E dizem que essa fase é complicada.
Eu não sinto raiva da Rosa, na verdade eu tenho vergonha... Não porque ela é mal-falada. O que eu sinto por ela é algo diferente, acho que é... Ora! Não devo ficar explicando o que eu sinto ou deixo de sentir para você! Ah, desculpe-me. É que você quer saber demais. Deixe-me então continuar. O Leonardo comentava:
- Todas as noites eu sonho com aquele corpo moreno, com aquelas pernas desenhadas com todo o cuidado por Deus e aqueles peitinhos durinhos então... Acho que já estou pagando vexame. - disse-me Leonardo disfarçando sua excitação.
- Perda de tempo, Leonardo, a Rosa nunca vai ser tua.
- Ela dá pra todo mundo. Bem que você podia falar com ela para um dia dar pra mim também.
- Vou falar sim. - disse com ar de seriedade.
- Vai?
- Vou sim, mas não com a Rosa.
- Vai falar com quem então? - Leonardo perguntava-me desentendido.
- Eu vou falar com uma garota da tua idade.
- E quem é essa garota?
- Ela é alta, usa óculos, vive com uma trança nos cabelos e é cheia de sardas no rosto. - eu dizia calmamente.
- Acho que conheço essa garota... Onde ela mora?
- Lá na Ladeira de Pedra.
- Mas eu também moro lá! Vamos, Manuel, diga-me como é a casa dessa garota!
- É uma casa de andar verde, com plantas no parapeito e com uma placa que diz: “Da-ti-lo-gra-fa-se”. - disse marcando as sílabas.
- Não vejo a hora de encontrar essa moça! - dizia-me pensativo - Espere! Ela mora na Ladeira de Pedra, numa casa de andar verde, com plantas no parapeito e com uma placa que diz: “Datilografa-se”. Eu também moro lá! Ela é cheia de sardas, usa óculos... Ela... Ela é a minha irmã!
- Eu não sabia que a cadela, quero dizer, que a Marinalva era tua irmã, Leonardo. - o troco estava dado.
- Conte essa pra outro, Manuel!
A Rosa insistia nos gritos.
- Por que você não gosta da tua irmã? Afinal ela é como se fosse. - perguntou-me Leonardo.
- Gostar eu gosto. É justamente aí que mora o problema.
- Não me diga que você ta...
- Mas eu te digo: tô sim, meu amigo.
- Essas coisas do coração são mesmo difíceis. A gente nunca sabe por quem ele vai bater.
Não pude mais fingir não escutar o chamado da Rosa que agora estava sendo ajudada pela Zizi. Me despedi do Leonardo e fui de encontro as duas.
Por onde ela anda ainda desperta atração nos homens e ao mesmo tempo um pouco de repúdio. Quem iria querer ficar com uma dama e ter como o fim de um romance a morte?
Quando a Rosa passou em frente à Escola Doutor Inocêncio Góes conseguiu me avistar do outro lado da rua conversando com um colega, o Leonardo.
- Manuel! Manuel! Aqui, Manuel!
Eu procurava de onde vinha aquela voz insistente. Quando percebi que era a Rosa me enchi de vergonha.
- Manuel, aquela não é a tua irmã? - perguntou-me Leonardo.
- Não, Leonardo. Ela não é minha irmã. Esqueceu que ela é uma bastarda? Não tenho nada em comum com a Rosa nem mesmo o sangue.
Eu fazia questão de esclarecer a todos que a Rosa não era minha irmã. Os motivos para isso? Não sei. No início eu achava que ela estava tomando os meus pais de mim, mas agora estou um pouco confuso. Também ainda sou um adolescente, tenho apenas dezesseis anos. E dizem que essa fase é complicada.
Eu não sinto raiva da Rosa, na verdade eu tenho vergonha... Não porque ela é mal-falada. O que eu sinto por ela é algo diferente, acho que é... Ora! Não devo ficar explicando o que eu sinto ou deixo de sentir para você! Ah, desculpe-me. É que você quer saber demais. Deixe-me então continuar. O Leonardo comentava:
- Todas as noites eu sonho com aquele corpo moreno, com aquelas pernas desenhadas com todo o cuidado por Deus e aqueles peitinhos durinhos então... Acho que já estou pagando vexame. - disse-me Leonardo disfarçando sua excitação.
- Perda de tempo, Leonardo, a Rosa nunca vai ser tua.
- Ela dá pra todo mundo. Bem que você podia falar com ela para um dia dar pra mim também.
- Vou falar sim. - disse com ar de seriedade.
- Vai?
- Vou sim, mas não com a Rosa.
- Vai falar com quem então? - Leonardo perguntava-me desentendido.
- Eu vou falar com uma garota da tua idade.
- E quem é essa garota?
- Ela é alta, usa óculos, vive com uma trança nos cabelos e é cheia de sardas no rosto. - eu dizia calmamente.
- Acho que conheço essa garota... Onde ela mora?
- Lá na Ladeira de Pedra.
- Mas eu também moro lá! Vamos, Manuel, diga-me como é a casa dessa garota!
- É uma casa de andar verde, com plantas no parapeito e com uma placa que diz: “Da-ti-lo-gra-fa-se”. - disse marcando as sílabas.
- Não vejo a hora de encontrar essa moça! - dizia-me pensativo - Espere! Ela mora na Ladeira de Pedra, numa casa de andar verde, com plantas no parapeito e com uma placa que diz: “Datilografa-se”. Eu também moro lá! Ela é cheia de sardas, usa óculos... Ela... Ela é a minha irmã!
- Eu não sabia que a cadela, quero dizer, que a Marinalva era tua irmã, Leonardo. - o troco estava dado.
- Conte essa pra outro, Manuel!
A Rosa insistia nos gritos.
- Por que você não gosta da tua irmã? Afinal ela é como se fosse. - perguntou-me Leonardo.
- Gostar eu gosto. É justamente aí que mora o problema.
- Não me diga que você ta...
- Mas eu te digo: tô sim, meu amigo.
- Essas coisas do coração são mesmo difíceis. A gente nunca sabe por quem ele vai bater.
Não pude mais fingir não escutar o chamado da Rosa que agora estava sendo ajudada pela Zizi. Me despedi do Leonardo e fui de encontro as duas.
Capítulo 06 - Impressão Digital ------------- Capítulo 08 - Conversa
Massa, tou gostando, cada dia gosto mais :) Abraços brother!
ResponderExcluirwww.laerte-lopes.blogspot.com
Valeu, man!
ResponderExcluirIndico: www.laerte-lopes.blogspot.com