Seja Bem-Vindo

A CADA DIA UM NOVO CAPÍTULO!

Esta é uma obra fechada, escrita no ano de 2004, aos meus 17 anos, e vai até o capítulo 95. Eles serão disponibilizados aos poucos.
Aos leitores que já estavam no capítulo 51, peço paciência. Em breve o romance estará totalmente disponível.

Capítulo 16 - Estava com Raiva


Estava com a cuca pegando fogo. Fiquei caraminholando com os meus pensamentos. Nunca pude imaginar que o Arnaldo fosse capaz de armar isso tudo para cima de mim. Mas ele vai ter o troco, afinal mexeu com uma mulher e não com uma menina!
Lembro-me da vez em que o Valério se matou por minha causa. O Arnaldo tratou de dar um fim na tal carta e jurou que não ia contar nada a ninguém. No mesmo dia, a notícia do episódio da estação se espalhou e eu, besta, não quis acreditar que foi o ele quem contou tudo. O Manuel bem que sempre tentou abrir os meus olhos em relação àquele verme!
Quando chegamos em casa mal almocei, estava com tanta raiva, com tanto ódio daquele sem-vergonha que isso me tirava o apetite. O Manuel me olhava como se estivesse com pena de mim, podia ler os seus pensamentos: “Coitada, mais uma vez enganada”. Ah! Isso me matava de raiva, essa sensação de ter sido enganada a vida inteira é terrível! Se não já bastasse ter encontrado o Arnaldo uma vez se assanhando com a Silvana, logo com a minha melhor amiga! Mas ele vai ter o troco. Ah, se vai!
O relógio já marcava três horas da tarde. Tirei a minha bicicleta do quintal, que perto da do Manuel mais parece uma tralha velha. Seguimos pela estrada de barro em direção ao Rio Catu.
Eu não conseguia pensar em mais nada a não ser na hora da minha vingança. Pedalava com força, queria logo chegar no meu destino, porém quanto mais eu pedalava mais a distância parecia aumentar e a minha raiva chegava aos extremos.
Chegamos como eu esperava. O rio estava como sempre, correndo solitário leito abaixo. Escondemos nossas bicicletas até que um barulho de alguém na estrada chegou aos nossos ouvidos, era o Arnaldo com a sua potente bicicleta de última geração. O Manuel correu para trás de uma moita. Agora só era torcer para tudo dar certo.
Entrei com roupa e tudo no rio à espera do Arnaldo. Estava quase desistindo do meu plano, nunca vi a água do rio tão fria quanto naquele dia.
- Pensei que não viria mais.
- É que eu estava numa reunião muito importante, afinal eu estou me preparando para ser o futuro prefeito.
- A água está uma delícia. Se eu fosse você entrava logo.
- Você tem razão. Deixe-me tirar o sapato e a camisa.
- Desse jeito você não entra!
- Mas o que é que tem ficar sem camisa?
- O problema não é a camisa. Eu quero que você entre, mas com uma condição.
- E que condição é essa?
- Você só pode entrar como veio ao mundo.
- Pelado?
- Sim, inteiramente liso. A não ser que você esteja com vergonha de algo.
- Vergonha, eu? Eu lá sou homem de negar fogo!
Meu plano estava dando certo. O Arnaldo ficou completamente nu deixando a roupa largada no chão. Fazia sol, mas o frio imperava.
- Nossa. Como está frio hoje!
- Eu posso te aquecer se você quiser.
O Arnaldo logo se animou e saltou no rio. Tratei então de distraí-lo e de fugir dos seus assédios. Enquanto isso, o Manuel saiu dos arbustos para apanhar todas as roupas do Arnaldo.
Quando o miserável conseguiu me imprensar na margem do rio eu o interrompi se não ele iria me beijar.
- Agora chegou a minha vez, Arnaldo. - me afastei dele e sai do rio - Não posso esperar nem mais um segundo.
- O que é que você vai fazer?
- Você me fez de idiota! Achou que eu era uma tonta e não iria descobrir o seu plano, Arnaldo? Mas nós descobrimos tudo!
- Nós?
- Sim, Arnaldo, nós. - o Manuel se aproximou com as roupas do Arnaldo.
- Ah, seu moleque, eu te parto a cara!
- Se eu fosse você pensava duas vezes antes de sair daí! Sabe, Arnaldo, você devia ter vergonha do que traz entre as pernas.
- Tamanho não é documento e além do mais é porque aqui ta muito frio.
- Achou que ia me comprar com a porcaria de um emprego, mas você tava enganado. Eu não estou à venda não! Você vai aprender a nunca mais se meter comigo! - peguei as roupas do safado e atirei na correnteza com sapato e tudo.
- Por que você fez isso, Rosa?
- Não gostou de tirar a roupa? Agora se vire sem elas!
Eu estava vingada. Pegamos nossas bicicletas e partimos dali. Os gritos de Arnaldo soavam como ópera aos meus ouvidos. Se bem que eu nem gosto de ópera, mas essa comparação foi boa.


2 comentários:

  1. HAHAHHAHA, bem pouco para o Arnaldo, que vingaça merecida! HAHAHAHHA! Mas pelo visto parece que vai ter troco. Nem quero imaginar! Abraços Romisson!

    www.laerte-lopes.blogspot.com

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  2. Valeu grande Laerte pela força!

    http://www.laerte-lopes.blogspot.com

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