Seja Bem-Vindo

A CADA DIA UM NOVO CAPÍTULO!

Esta é uma obra fechada, escrita no ano de 2004, aos meus 17 anos, e vai até o capítulo 95. Eles serão disponibilizados aos poucos.
Aos leitores que já estavam no capítulo 51, peço paciência. Em breve o romance estará totalmente disponível.

Capítulo 12 - Conflitos


Em meio as luzes amarelas dos postes que iluminam a tranquila rua, daí o nome Sossego, surge um Fusca amarelo com faróis já enfraquecidos e com um grande adesivo que diz “Deus é o meu guia”, é o carro do senhor Joaquim, esposo de dona Lurdes.

Joaquim havia comprado o calhambeque há alguns dias. Com seus negócios indo de vento e polpa ele conseguiu o dinheiro para comprar um Fusca, ano 90, de um velho amigo.
Estacionou o carro sobre a calçada, fechou os vidros e despediu-se do seu bom companheiro. Aproximou-se dele uma velha bem cuidada, com os cabelos bem penteados e com a pele enrugada que se assemelhava a um maracujá murcho, era a dona Mocinha.
Joaquim entrou em casa com um ar de mistério e de raiva, abandonou seu chapéu e sua casaca sobre o sofá, onde Manuel estava sentado e, alisando o seu longo bigode, dirigiu-se à poltrona onde estava Rosa.
- A dona Mocinha acaba de me contar que viu você de conversinha com a Silvana e que depois você entrou lá pelos fundos. É verdade minha filha?
- A dona Mocinha é uma futriqueira. O senhor ainda dá trela pra aquela velha mexeriqueira.
- Não tente me ganhar pela conversa... Foi verdade ou não, Rosa?
- Mentira não foi. Mas também não podem dizer que eu estava fazendo coisa errada!
- Eu já não te disse que aquela lá é mal-falada na cidade inteira? Se eu descubro que você anda metida com algum homem, eu não sei o que será de você!
- Eu ainda tentei avisar, mas ela nem me deu atenção. Eu já falei, essa garota é meio estranha, tem um gênio que só Deus mesmo!
- A senhora mesma autorizou a saída da menina. - retrucou Zizi com o Felipe no colo.
- Agora eu vou te ensinar o que você não aprendeu! - dizia Joaquim retirando o cinto da cintura - Se você está debaixo do meu teto tem que me obedecer! Eu não lhe tirei da sarjeta para te deixar solta na vida! Se você me tem como pai tem que me obedecer! Já não basta a vergonha que me fez passar no passado!
- Não, meu pai! A Silvana não tem culpa! Se o senhor tem que surrar alguém, esse alguém sou eu!
- Você está me desafiando, seu moleque atrevido?
- A Rosa só fez me acompanhar até a casa da Silvana, meu pai.
- Como assim?
- Eu ia... Eu ia... Eu ia me tornar homem, entende?
- Então a Rosa só foi te levar pra você se deitar com aquela cadela, não foi?
- Foi! O senhor vai me castigar por causa disso?
- Só me responda uma coisa: você se deitou com aquela vadia?
Mal dava para o Manuel tentar descobrir qual a resposta que agradaria o seu pai.
- Não. - respondeu-lhe achando ser essa a resposta certa.
- Não?! - exclamou Joaquim.
- Não. Quero dizer sim, eu... Eu me deitei com a Silvana.
- Esse é meu filho, um cabra macho que puxou ao pai!
Com um abraço, Joaquim parabenizou o grande feito do seu filho. Era como se aquele ato, que na verdade não ocorreu, o tornasse homem, mais homem do que os demais. Essa é a lei dos animais que não aprenderam a pensar, agem por instinto, são cópias fiéis de pensamentos, por vezes, ultrapassados. E em meio a alegria de Joaquim, Rosa permanecia chorando abraçada a Zizi.
- Eu acho que você deve um pedido de desculpas a nossa filha. - disse dona Lurdes.
- Rosa, você sabe que eu tenho muito apreço por você... dizia Joaquim com um certo arrependimento... Quando seus pais morreram naquele acidente com o carro da roça, lhe restaram apenas três pessoas: a tua tia lá da capital e os seus padrinhos, eu e a Lurdes. E você, uma menininha tímida de apenas cinco anos escolheu ficar com a gente. Eu te dei meu sobrenome que herdei dos meus antepassados, os Fontinelli. Você é a filha que eu sempre pedi a Deus. Dê um abraço bem apertado nesse corpo cansado do teu velho pai, minha nega. - abriu os braços como um pássaro que quer acolher sua cria.
- Eu também amo muito o senhor painho, e a senhora também, minha mainha.
Os três permaneceram abraçados por um tempo e a eles se juntaram Manuel e Zizi com o doente Felipe nos braços.


Um comentário:

  1. Muito bom esse capítulo Romisson, apesar de toda a mentirada, rsrsrs, Rosa se deu de bem! Vou esperar o próximo capítulo. Abraços brother!

    www.laerte-lopes.blogspot.com

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