Seja Bem-Vindo

A CADA DIA UM NOVO CAPÍTULO!

Esta é uma obra fechada, escrita no ano de 2004, aos meus 17 anos, e vai até o capítulo 95. Eles serão disponibilizados aos poucos.
Aos leitores que já estavam no capítulo 51, peço paciência. Em breve o romance estará totalmente disponível.

Capítulo 05 - Jovem Lenda

- Quanto pedes pela banana? - perguntou Rosa a um vendedor.
- Nada, senhorita, para você minha banana é de graça. - respondeu-lhe tocando nas suas partes.
- Ora, seu atrevido, não te ensinaram como se deve tratar uma dama?
- Dama? Justo você que antecipou a lua-de-mel com o Ricardão?
Rosa não resistiu às duras palavras do vendedor de frutas e saiu apressada com as lágrimas a cair naquela tarde de sábado na Feira de São Francisco. Como sempre, Zizi a acompanhava carregando as sacolas de compras e trazendo consigo a dor de sua senhora. Senhora? Não, não. Isso foi apenas um resquício deixado pelo tempo da escravidão. Zizi é uma negra rechonchuda e de lábios grossos que estavam longe de sentir o sabor da escravidão.
Seguiram as duas pelas ruas da grandiosa Catu. Por lá há de tudo: negros, brancos, pobres, ricos, ladrões, prostitutas e morenas lindas, porém nenhuma era perfeita até mesmo a Rosa possuía os seus defeitos, os quais não posso omitir nesta obra, mas também não convém descrevê-los.
- Eu estava passando por ali e escutei tudo, Rosa... dizia Arnaldo... Você não pode continuar vivendo assim.
- Assim como?
- Assim sozinha. Você tem que ter um homem pra tomar conta da tua vida. Volta pra mim, me dê mais uma chance!
- Pra quê? Eu não preciso de homem nenhum pra tomar conta de mim, eu sou mulher criada! E além do mais por que eu haveria de voltar para você, Arnaldo? Eu lhe dei atenção e veja no que deu... Até hoje tenho que escutar piadinhas, até hoje sou falada!
- Você é realmente mulher criada, mas criada pra vida! Tu gosta é de ir pra cama com o primeiro macho que aparecer na frente! O povo tem razão: você destrói a vida de qualquer homem, assim como foi a responsável pela morte do pobre Valério!
Com a fúria de uma fêmea ofendida, Rosa levou sua mão contra o rosto de Arnaldo.
- Eu não matei o Valério! Ele morreu me amando. Você pode até não acreditar, mas até hoje, até o dia de hoje eu só me deitei com um homem e você sabe muito bem com quem foi!
- Desculpe-me, Rosa. - tenta desfazer o erro que acabara de cometer.
- Eu não nasci pra escutar desaforo de ninguém, mesmo que esse alguém seja homem barbado! Nunca mais me procure, Arnaldo, nunca mais cruze na minha vida! Vamos, Zizi, não temos mais nada a fazer por aqui!
Rosa e Zizi dobraram a esquina da chácara do Conde Peixoto deixando Arnaldo para trás.
Em frente a chácara estava o guia turístico Juca, um amigo de Rosa que gostava de ganhar dinheiro as suas custas. Com ele estava um grupo de idosos: dois casais e mais uma senhora.
Juca apontava empolgado para a chácara e contava inúmeras histórias:
- Desta chácara, muitas lendas surgem todos os dias. Há cinco anos atrás, o jovem Valério que morava aí dentro ia casar-se com uma moça de lá do distrito. Porém, uma tragédia aconteceu! Não se sabe ao certo, mas por ela ele morreu. O seu pai, o rico Conde Peixoto, em seguida com um tiro na nuca sua vida deixou. E rezam nesta chácara o medo e o terror. Olhem aquela janela! Lá estavam os corpos e nunca mais ela se fechou.
- Que tragédia! - diz uma senhora se benzendo.
- Bem, meus caros amigos turistas, a jovem moça eu conheço e ela atende pelo nome de...
- Qual o nome dela, Juca?
Rosa surpreendeu o guia, o qual logo se afastou do grupo de turistas e foi falar com a moça.
- Estes turistas vieram da capital, Rosa. Tão cheio da grana.
- Eu já te falei pra não usar meu nome em tuas histórias!
- Mostre a cidade pra eles, Catu tem muita coisa a ser vista. - interferiu Zizi.
- Valeu pela força, Zizi... dizia Juca... Você me deu uma boa idéia. Vou levá-los até o distrito.
- Nada disso! Você só quer levar eles pra Sítio Novo que é pra poder mostrar onde eu moro! Eu te conheço faz tempo, Juca.
- Leve os turistas pro outro distrito.
- Pra Pau Lavrado, Zizi?
- Tem Pau Lavrado, Bela Flor, São Miguel ou então fique aqui mesmo na sede do município.
- Promete que não vai mais usar meu nome no caso da chácara?
- Não só prometo e ainda vou dizer que a tal moça se chama Beatriz, assim vira uma lenda. - brincou Juca.
- Agora nós temos que ir. Até mais ver.
- Até.
Rosa e Zizi continuaram seu percurso e Juca voltou para o grupo de turistas quebrando a promessa que acabara de fazer:
- Vocês estão mesmo com sorte! Aquela moça que falava comigo era a Rosa, a amada do Valério.



2 comentários:

  1. Eita povo q gosta da vida dos outros,rsrsrs. Vou continuar lendo! Você conhece Catu é? Eu conheço Alagoinhas! Abraços!

    www.laerte-lopes.blogspot.com

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  2. Muitos fofoqueiros nessa história rs...
    Sou filho de Catu, rpz!

    Abraços!

    Indico: www.laerte-lopes.blogspot.com

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