- Oi, meu garotão.
- Você só está vendo a Zizi por aqui, Manuel? - Rosa mostrou-se indignada.
Nenhuma palavra saiu da minha boca.
- Estávamos passando por aqui e resolvemos te esperar... ela insistia num diálogo comigo... O gato comeu sua língua, foi? Você não vai falar nada comigo não?
- Pra quê? - perguntei-lhe com um tom de desprezo.
- Como assim “pra quê”, seu abestalhado? Falar pra eu te ouvir e a gente conversar!
- A cidade inteira já fala de você. Não é preciso que eu fale mais nada.
Nesse momento, o céu parecia cair sobre a Rosa. Nunca ela esperaria que o rapaz com quem brincou quando criança um dia teria vergonha de tê-la como irmã e ainda lhe feriria com palavras amargas e com olhares frios.
Reconheço que fiquei com pena dela nesse momento. Ela nunca tinha me feito mal algum e eu estava que era um pedaço de cavalo! Mesmo ressentido não dei o braço a torcer e permaneci inalterável.
- Besteira, Manuel, esse povo fala demais. - interferiu Zizi tentando aliviar aquele clima de velório.
- Dizem que o Valério se matou porque ela o traiu em pleno dia do casório.
- Chega, Manuel! Não quero escutar seus insultos! Prefiro que a cidade inteira fale de mim, mas você eu não admito! Você não, meu irmão!
- Você mesmo falou “dizem”, Manuel. Todo mundo fala, mas ninguém nunca provou, pois ninguém nunca viu o que nunca aconteceu. - disse Zizi passando a mão nos meus cabelos.
- Mas, Zizi, eu mesmo já vi a Rosa se beijando com vários rapazes.
- Vixe, você agora deu pra me vigiar, é seu fedelho? E desde quando beijar é pecado? Eu só beijo quem meu coração manda. Agora estou entendendo tudo, você estava com vergonha da tua irmã, não era?
- Você não é minha irmã.
- Oxente, menino, não fale assim com a Rosa!
- Então você me desdenha só porque eu não sou tua irmã de sangue?
- Não é nada disso, é que você é mais do que uma irmã... É uma grande amiga. - estendi a minha bandeira branca mediante a cara chorosa da Rosa. Não valia a pena faze-la sofrer.
- Por um momento achei que estivesse falando sério.
- Graças a Deus que esse menino amarelo ainda tem um pouco de juízo. Agora venham cá, deem um abraço na negra Zizi!
Um desfecho feliz nessa conversa tão difícil.
Seguimos os três dobrando as esquinas da cidade, todos felizes e ansiosos para chegar em Sítio Novo e finalmente poder descansar desse dia confuso.
- Você só está vendo a Zizi por aqui, Manuel? - Rosa mostrou-se indignada.
Nenhuma palavra saiu da minha boca.
- Estávamos passando por aqui e resolvemos te esperar... ela insistia num diálogo comigo... O gato comeu sua língua, foi? Você não vai falar nada comigo não?
- Pra quê? - perguntei-lhe com um tom de desprezo.
- Como assim “pra quê”, seu abestalhado? Falar pra eu te ouvir e a gente conversar!
- A cidade inteira já fala de você. Não é preciso que eu fale mais nada.
Nesse momento, o céu parecia cair sobre a Rosa. Nunca ela esperaria que o rapaz com quem brincou quando criança um dia teria vergonha de tê-la como irmã e ainda lhe feriria com palavras amargas e com olhares frios.
Reconheço que fiquei com pena dela nesse momento. Ela nunca tinha me feito mal algum e eu estava que era um pedaço de cavalo! Mesmo ressentido não dei o braço a torcer e permaneci inalterável.
- Besteira, Manuel, esse povo fala demais. - interferiu Zizi tentando aliviar aquele clima de velório.
- Dizem que o Valério se matou porque ela o traiu em pleno dia do casório.
- Chega, Manuel! Não quero escutar seus insultos! Prefiro que a cidade inteira fale de mim, mas você eu não admito! Você não, meu irmão!
- Você mesmo falou “dizem”, Manuel. Todo mundo fala, mas ninguém nunca provou, pois ninguém nunca viu o que nunca aconteceu. - disse Zizi passando a mão nos meus cabelos.
- Mas, Zizi, eu mesmo já vi a Rosa se beijando com vários rapazes.
- Vixe, você agora deu pra me vigiar, é seu fedelho? E desde quando beijar é pecado? Eu só beijo quem meu coração manda. Agora estou entendendo tudo, você estava com vergonha da tua irmã, não era?
- Você não é minha irmã.
- Oxente, menino, não fale assim com a Rosa!
- Então você me desdenha só porque eu não sou tua irmã de sangue?
- Não é nada disso, é que você é mais do que uma irmã... É uma grande amiga. - estendi a minha bandeira branca mediante a cara chorosa da Rosa. Não valia a pena faze-la sofrer.
- Por um momento achei que estivesse falando sério.
- Graças a Deus que esse menino amarelo ainda tem um pouco de juízo. Agora venham cá, deem um abraço na negra Zizi!
Um desfecho feliz nessa conversa tão difícil.
Seguimos os três dobrando as esquinas da cidade, todos felizes e ansiosos para chegar em Sítio Novo e finalmente poder descansar desse dia confuso.
Muito bom, mas essa Rosa parece q é safada mesmo, acho não, tenho certeza,rsrsrs. Abraços
ResponderExcluirwww.laerte-lopes.blogspot.com
rsrsrs
ResponderExcluirDigamos que a mocinha da história
não é exatamente um exemplo de vida.
Ou talvez seja, de forma torta, mas seja.